9 razões para escrever
Digitada ou manual, a escrita pode dizer muito sobre você e, ainda, fazer bem ao cérebro e ao coração. Conheça aqui os 9 principais benefícios de encarar a página em branco.
1. Expressar as emoções
Os primeiros registros de escrita datam de meados de 3500 a.C., como a escrita cuneiforme, criada pelos sumérios, e os hieróglifos no Egito. Ao longo dos séculos, mudanças ocorreram até ela se transformar nas variações que conhecemos hoje. A escrita é um meio pelo qual podemos expressar nossos sentimentos, além de ser uma invenção capaz de imortalizar o que o pensamento e a fala não conseguem.
2. Estimular o autoconhecimento
“A escrita não consegue acompanhar a rapidez do pensamento. Assim, ao escrevermos, fazemos uma reflexão maior sobre o que sentimos”, diz o psicanalista Diógenes Faustino. Manter um diário, por exemplo, é uma forma de registrar como estamos no momento. Isso permite que, ao revisitar as anotações, a gente consiga perceber as transformações pelas quais passamos e aprender sobre nós mesmos.
3. Descobrir um hobby
A escrita pode se tornar um refúgio do dia a dia agitado, cheio de obrigações. Quando feita por prazer, ela pode diminuir o estresse, gerar bem-estar e promover a melhora da saúde mental. “Quando escrevemos um bom texto nos sentimos realizados e, quanto mais conseguimos nos reconhecer no resultado, perceber que aquilo foi criado através da nossa expressividade, mais felizes ficamos”, comenta Diógenes.
4. Aguçar a curiosidade
Desenvolver uma história de ficção é um exercício e tanto: com a escrita, somos convidados a criar, pensar e enredos, fantasiar. “Engana-se quem acha que a criatividade é um dom. Para adquiri-la é necessário prática”, ressalta o psicanalista Diógenes. Então, quanto mais exercitar a criação pela escrita, mais você trabalhará sua habilidade de inovar.
5. Aprender sobre organização
A escrita manual estimula o planejamento do espaço no papel e da apresentação do que vamos escrever, pois não conta com os recursos pré-programados de um computador, por exemplo. “Aí somos nós que precisamos decidir como dispor o conteúdo na folha, como fazer os traços, pontuações”, diz a grafóloga Cristianne Valladares, especialista em análise da escrita.
6. Estimular a coordenação
Tanto a escrita digitada quanto a manual podem estimular a coordenação motora e a motricidade fina – aquela responsável pelos nossos movimentos mais precisos. “Mas a cursiva trabalha componentes motores ainda mais exigentes, já que cada pessoa possui a própria grafia, não só no formato como também no conteúdo”, explica o neurocientista Rodrigo Sartorio.
7. Controlar impulsos
Quando escrevemos à mão, nossos sentidos são estimulados, percebemos a textura do papel e focamos em desempenhar movimentos contínuos. Ou seja, a escrita manual gera uma fluidez diferente da digitada, proporcionando um maior autocontrole. “Isso nos faz bem em outras esferas da vida, como nas habilidades de resolver conflitos e de gerenciar impulsos agressivos”, diz Rodrigo.
8. Exercitar o cérebro
“A escrita transforma imagens mentais em símbolos e essa decodificação ativa todo o cérebro”, diz Rodrigo. As maiores beneficiadas por esse estímulo são as habilidades cognitivas, entre elas a memória. Fazer esquemas, como os mapas mentais, em que conceitos-chave são apresentados em poucas palavras e, então, interligados, ajuda a direcionar a atenção para as informações que precisam ser guardadas.
9. Identificar nossa personalidade
“Quando escrevemos no papel, projetamos nossa personalidade”, afirma Cristianne. Para a grafologia, pelo formato das letras de uma pessoa e pelo aspecto geral de sua escrita manual, como tamanho, largura, inclinação e espaçamento entre as palavras, é possível inferir características suas, como se ela é mais orientada para detalhes e de que forma administra o tempo, se tem pressa ou prefere realizar as atividades com calma.
Reportagem LAURA GUERRA | Ilustração ÉRIK GUARISCO
Matéria Revista Sorria | Droga Raia | Edição 80 | Agosto/Setembro 2021