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A importância da escrita na era digital


Ao longo da trajetória no planeta, a humanidade encontrou formas diferentes de comunicação. Inicialmente, expressaram-se por meio da oralidade, símbolos e de desenhos, este último no período da pré-história, com desenhos nas paredes das cavernas que consistiam na transmissão de ideias desses povos, representando seus desejos e necessidades. Porém, apesar deste feito ser considerado o início da comunicação entre os seres humanos, ainda não poderia ser considerado um tipo de escrita já que não havia uma padronização e organização de símbolos gráficos. Vem entender um pouco sobre a importância da escrita:

A história (resumida) da escrita

A escrita das letras passou por mudanças expressivas ao longo do tempo, desde a adoção das letras góticas nos anos 500 d.C. com o uso da pena até a escrita escolar e caligráfica. Por fim, chega à escrita contemporânea conhecida atualmente. A escrita simplesmente tornou possível eternizar histórias e obras, realizar o registro de leis, fatos históricos, ideias e pensamentos. Se ela não existisse a evolução da história e de toda a humanidade morreria junto com o indivíduo que não teria como passar sua vivência às próximas gerações e a história se perderia ao longo do tempo.

Os benefícios da letra cursiva

A letra cursiva traz benefícios que outros tipos de escrita não possuem. São uma série de benefícios estudados e comprovados, como por exemplo, a coordenação motora fina que deve ser estimulada já no primeiro ano de vida, não necessariamente com relação direta com a alfabetização, mas a partir de desenhos que evoluem para formas de letras conforme a criança se alfabetiza. Assim, a letra cursiva ganha significado e se torna mais natural.

Escrever à mão, formando letras, envolve a mente e isso pode ajudar as crianças a prestarem atenção à linguagem escrita. O aprendizado ortográfico e a composição das palavras, frases e textos, favorecem a memorização, a concentração, o foco e auxiliam a produção de textos mais coesos. Além disso, a caligrafia e a sequência dos traços permitem a continuidade do pensamento por meio do traçado uniforme e ligado, promovendo fluência e imprimindo velocidade ao ato de escrever. Só benefícios! Quer mais? Em resumo:

  • Ajuda a refinar o movimento e criar habilidades nos dedos
  • Desenvolve o trabalho conjunto entre o movimento ocular e a escrita
  • Estimula a atenção e minimiza as distrações
  • Cria indiretamente habilidades que são ligadas à percepção de conceitos abstratos e instruções verbais
  • Aprimora a clareza de pensamento, a organização de ideias e a comunicação no modo escrito
  • Estimula a memória
  • Promove a integração de várias habilidades de aprendizagem
  • Estimula o cruzamento mediano (habilidade de mover a mão, os olhos e parte do braço na porção mediana do corpo sem mover o restante dele)
  • Desenvolve a consciência dos objetos e a pressão necessária para a escrita
  • Além disso, pelo fato de ter ligação direta com a leitura interpretativa especialistas afirmam que não ensinar a cursiva pode provocar lacunas de aprendizagem.

O avanço da tecnologia e a aprendizagem da escrita

O avanço da tecnologia nos apressa. As coisas acontecem em uma velocidade diferente em relação ao nosso pensamento e muitas vezes nos esquecemos que as máquinas são rápidas pelo fato de possuírem uma forma de processamento diferente do ser humano. Em contrapartida, sabemos que a aprendizagem da leitura e da escrita não é algo natural no ser humano e exige um desenvolvimento específico da área de nosso cérebro responsável pelo reconhecimento de rostos e objetos. Esta aprendizagem ocorre quando começamos a aprender os traçados do alfabeto, expandindo o cérebro e formando conexões necessárias para que possamos ler de maneira interpretativa.

Neste cenário, o aprendizado moroso da letra cursiva, faz com que o cérebro forme estruturas mais aprimoradas de conexões para a leitura e escrita, promovendo assim uma aprendizagem mais aprofundada. Embora estejamos na era tecnológica, com vastos recursos que facilitam a nossa jornada diária, nosso corpo continua sendo pura e simplesmente humano. Desta forma, a escrita por teclado digital não alcança os mesmos resultados.

A escrita pode acabar?

O avanço tecnológico é inegavelmente um fator de desenvolvimento e nos traz constantemente esta pergunta, mas é fato: a escrita digital definitivamente está longe de fazer parte integral de nosso conhecimento já que este contato acaba sendo superficial e muito longe de atingir o necessário para uma alfabetização. Nos últimos anos, redigir à mão tem perdido espaço para o uso das teclas, mas o fato é que a escrita é um bom meio de fomentar o desenvolvimento intelectual humano. Além disso, escrevendo a criança desenvolve o gosto pela escrita e pela leitura.

Em alguns países, a letra cursiva perdeu espaço para aulas de digitação. Na Finlândia, por exemplo, a partir de 2016, escolas passaram a priorizar o ensino das letras de forma, também chamadas de letra bastão, presente nos textos digitais. Em alguns estados americanos, os estudantes só aprendem letra de forma com a defesa de que o importante é saber se comunicar com clareza e que a escrita de mão é uma tradição, mas como tantas outras podem mudar. No Brasil, apesar de algumas mudanças nas formas de ensinar, o ensino da letra cursiva segue como sendo o mais utilizado.

Uma coisa é fato: especialistas discordam sobre as consequências do abandono da chamada “letra de mão” e a consequência de tais decisões, serão percebidas em longo prazo.

E a Grafologia, onde entra nessa história?

O estudo da Grafologia e sua interpretação quanto aos aspectos psíquicos do escritor parte sempre do processo de alfabetização. Nossa referência como grafólogos é o modelo escolar. Portanto, apesar de sabermos dos benefícios da escrita cursiva, uma mudança neste padrão de aprendizagem nos faz também, como grafólogos, mudar estas perspectivas de análise, é claro.

Contudo, pensamos ser necessário incentivar cada vez mais o uso da escrita caligráfica ou manuscrita, sabendo dos benefícios motores, cerebrais, psíquicos, enfim, da necessidade de nos concentrarmos em nós mesmos e estarmos atentos às nossas necessidades humanas mais profundas.

Este é o principio do trabalho do grafólogo, incentivar o uso da escrita e ao mesmo tempo adaptar-se às novas realidades, utilizando das pesquisas e da atualização do método de forma frequente.

Para a grafologia, tanto a letra de forma (ou bastão) quanto a cursiva (caligráfica) retratam a personalidade do escritor com suas identificações pessoais e que serão associadas a outros elementos gráficos. Ao escrever a pessoa centra a atenção na ideia que deseja transmitir, mas simultaneamente o traçado está sendo o reflexo dos mecanismos cerebrais e da projeção emocional inconsciente.

Europeus e Americanos, por exemplo, optam comumente em escrever com a letra de forma pela significação cultural, portanto, coletiva do país, que também faz parte da composição da personalidade.

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